quinta-feira, 30 de julho de 2015

Necessidade de maior articulação, é o que concluem os participantes do encontro em Maputo

Cerca de 20 pessoas, representantes de organizações da sociedade civil (OSC), instituições públicas e media, participaram no Encontro de Articulação sobre os Direitos da Criança que decorreu esta manhã em Maputo, nas instalações do Centro Cultural Português.

Os participantes partilharam dificuldades e desafios no que toca à coordenação das intervenções das diferentes organizações e instituições que trabalham na protecção da criança e na promoção dos seus direitos. O tema da articulação foi abordado tanto na vertente do diálogo entre organizações da sociedade civil como entre estas e as instituições do Estado.

O Departamento da Acção Social do Ministério do Género, Criança e Acção Social é o principal interlocutor das organizações da sociedade civil em matéria de Direitos da Criança e desempenha um papel de monitoria das acções destas organizações. A articulação deste departamento com a sociedade civil faz-se essencialmente através das redes. Assim, a sociedade civil tem sido envolvida na avaliação e definição de políticas sectoriais – por exemplo no Plano Nacional de Acção para as Crianças (PNAC) – tendo as OSC moçambicanas sido representadas pela Rede da Criança. É também esta rede quem dinamiza o processo de elaboração do relatório sombra (shadow report) apresentado periodicamente ao Comité dos Direitos das Crianças das Nações Unidas (o último foi submetido em 2008 e o próximo sê-lo-á em 2017).


Amélia Fernanda, Directora da Rede da Criança





Os mecanismos de articulação visam conjugar esforços, partilhar recursos e evitar duplicações. Existem contudo um conjunto de desafios necessários superar para que possa haver verdadeira coordenação: “as organizações têm tendência a trabalhar cada uma para si” e “faltam encontros regulares entre OSC e instituições do Estado”, sublinhou um dos participantes. “É urgente esta articulação, parece que estamos todos independentes”, focou outro participante. Melhorar a comunicação inter-organizacional e a qualidade da articulação foram outros dos aspectos levantados durante o debate.

Coutinho Zitha, director do departamento Criança e Adolescente, Rádio de Moçambique

Abdul Remane, Oficial de Programas na Meninos de Moçambique

O encontro terminou com a sistematização de um conjunto de propostas: aproveitar experiências anteriores bem sucedidas, dinamizar encontros regulares, criar espaços de diálogo permanentes e desenvolver parcerias com os media. E as representantes da Acção Social comprometeram-se a reactivar os encontros que já foram prática regular noutros tempos e a agendar para breve uma reunião com todos os actores-chave.

O encontro contou também com um momento cultural, com a apresentação de uma dança tradicional por parte do grupo de dança do bairro Polana Caniço B, dinamizado pela Meninos de Moçambique.  




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